TRANSCENDER A DUALIDADE
Para transcender a dualidade precisamos destituir o poder mental que temos outorgado ao paradigma tradicional que coloca o mundo espiritual como o sobrenatural, em contraposição à experiência material como a realidade. Tudo é energia, tudo é espírito, tudo é Deus/Mente Universal.
No atual entendimento dualista da realidade continua se separando o espírito por um lado e a matéria por outro como se esta última fosse a realidade e aquele uma suposição esperançosa de mentes inseguras, tentando localizar a consciência do observador "dentro" da observação, o projetor dentro do holograma, o "sonhador" dentro do "sonho". A verdade é que está acontecendo exatamente o oposto! Tudo o que existe é feito de espírito/energia inteligente em um continuum infinito e indivisível. A separação e rotulagem em conceitos humanos é apenas uma forma que a nossa mente usa a fim de que possamos analisar as partes constitutivas do todo, mas que nunca se separaram deste nem conseguiram se isolar por muita nomenclatura que se utilize nas análises conceituais humanas. Tudo é UM, indiviso e continuo.
A nossa experiência tridimensional, aquilo que consideramos percepções normais para os sentidos da grande maioria da humanidade, nada mais é do que um artifício provisório da consciência que dá aos sentidos físicos a sensação de maior solidez e de ver objetos individualizados, mas isto não é a realidade e sim um engano perceptivo que lhe ocorre ao corpo físico. Veja, nesta ilusão a consciência se acredita estando embutida no corpo dentro da matéria que parece ter se separado do espiritual; isto é, daquilo que os sentidos do corpo físico não conseguem perceber por não poderem ler faixas de vibração energética superiores onde a energia vibra mais rapidamente. Mas nada é realmente sólido nem está separado do resto da teia energética, tão somente trata-se de uma faixa de vibração frequencial semelhante à do corpo físico se comparada com as demais faixas de vibração mais elevadas (aquilo que consideramos sobrenatural porque os sentidos físicos não conseguem perceber).
Nós estamos tendo uma experiência de "dualidade" onde algo que é perceptível ao corpo apenas parece estar separado daquilo que não é perceptível por ele. Qualquer objeto, elemento ou "eu individual" apenas parece estar separado do resto (a "solidez material" em aparente oposição ao espírito "não sólido") na ilusão de projeção de um holograma "exterior" dentro do continuum energético (tudo é espirito/Deus/energia vibrando em diferentes velocidades). Não há realmente um mundo espiritual por um lado e mundo material por outro lado, apenas diferentes dimensões de vibração energética, e não são apenas duas e sim muitas dimensões! A separação entre matéria e espírito é uma divisão conceitual de linguagem humana. O que há é apenas a sensação provisória que o nível de consciência do paradigma de dualidade cria na mente do Ser que, assim como sua consciência, não estão contidos em nenhum corpo realmente, apesar de simular esse efeito de formas convincentes à média atual da consciência humana. É por isso que se diz que Deus/O Grande Espírito/Mente Universal é onipresente, onisciente etc., pois tudo é Deus/Espírito/energia, existe e se movimenta dentro d´Ele/disso e independe do nome que se queira dar ao TODO (Fonte Criativa/Energia/Grande Espírito/Consciência Universal/Deus/Criador/ o EU SOU, etc.)
Mude de paradigma para um entendimento mais universal, expanda para uma compreensão mais holística e cósmica. Alargue a sua consciência e saia da ilusão de separação que é apenas um engano sensorial corporal. Você é uma consciência sem bordas materiais não localizável espacialmente. Você é quem cria a ilusão espaço-temporal e a aparente separação em corpos e objetos. Você é uma CAUSA e não um EFEITO! A grande maioria das mentes humanas ainda se concebe como uma consequência, um subproduto da evolução orgânica material restritas e limitadas às percepções por meio de um corpo biológico, e não como a causa da própria experiência nesta realidade espaço-temporal, essa ilusão de linearidade tridimensional.
Esta limitação surge de se identificar erroneamente com um efeito, colocando "bordas" materiais à consciência, ou seja, confundindo a consciência com o veículo que utiliza, percebendo erroneamente a si mesmo como um elemento mensurável com coordenadas espaço-temporais no mundo exterior das aparências, sujeito a eventos passageiros onde os elementos percebidos surgem e desaparecem, em vez de se entender como a causa da própria existência de espaço-tempo para que a percepção de uma ilusão "exterior" seja possível, por tanto da experiência de um mundo material que é tão somente a ilusão sensorial de "solidez e individualidades".
Para quem conhece o experimento de física quântica chamado de "Dupla Fenda" e o experimento mental chamado de "Gato de Schroedinger" é mais fácil intuir que nada existe como partícula constitutiva de um objeto quaisquer, por tanto de algo perceptível num universo espaço-temporal, sem a intervenção de uma consciência observadora que faça colapsar a energia; isto é, que ao direcionar um foco de atenção materialize para os sentidos do corpo físico uma das ondas de probabilidade infinitas existentes no agora do observador. Esta consciência, por sua simples existência, transforma uma onda de informação em partícula localizável e mensurável no agora espaço-temporal do seu foco de atenção. Entenda que é você, consciência observadora, que cria a experiência tridimensional; é você que faz com que algo seja perceptível como um elemento material concreto no seu agora: energia em forma de partícula em vez de onda de probabilidade.
A ideia de tempo linear é um artifício do seu foco de consciência observando impressões lumínicas de forma isolada uma após a outra. Entenda que a ideia de passado e futuro não existe como algo concreto em lugar algum além do seu pensamento. Tudo o que existe o faz apenas no agora da consciência que observa, mesmo que para seu foco de atenção momentaneamente reduzido pareça ter acontecido num passado ou num futuro linear imaginário. Para entender isso, pense na realidade fenomenológica perceptível como se fosse um amontoado de papéis em camadas sobrepostas uma encima da outra, todas ali no agora, ou diferentes fotogramas de um filme infinito já gravado e preexistente. A sua percepção escolhe uma camada onde focar da pilha que já está aí no agora, esse momento de atenção dá a você a sensação de ser o presente, que para outro foco de consciência pode parecer ser o passado (estar mais atrás na fita do filme ou mais abaixo na pilha de papéis) ou o futuro (estar mais à frente na fita do filme ou mais encima na pilha de papéis). A consciência que percebe foca sua atenção num fotograma/camada de realidade condensada por vez, e analisa cada fotograma/camada de papel após fotograma/camada de papel dando a sensação de transcorrer o tempo como uma linha reta, mas tudo já está no agora de forma preexistente e quem se move é a sua consciência focando uma porção de onda de energia de todas as possibilidades infinitas no filme ou na pilha. É seu foco de consciência quem colapsa a onda possível em uma partícula observável no seu agora/camada/fotograma específico.
Pense por um momento nas explorações espaciais que, ao se movimentarem na curvatura do espaço-tempo, produzem o fenômeno de um outro ritmo no transcorrer do tempo para os astronautas em relação à você aqui na Terra. Mesmo que eles e você estejam simultaneamente existindo, para você aqui na Terra passou uma porção de tempo diferente do que eles, apesar de ambas experiências acontecerem simultaneamente no agora dos envolvidos. Recomendo assistir o filme "Interestellar" para ampliar essa ideia.
Lembre da analogia da realidade como se fosse um filme preexistente. Quando a consciência observadora "pensa" em algo que lhe aconteceu, está olhando para uma camada do agora que chama de "passado", que segue aí disponível na pilha ou no filme já gravado. É apenas um "fotograma/papel" preexistente sempre no agora, apesar de que o ser apenas o esteja recordando e não colapsando à frente do seu foco de consciência... Ou seja, o passado ou o futuro estão disponíveis em outra camada ou fotograma existentes AGORA. O futuro, é um pensamento sobre um "fotograma" de uma probabilidade em forma de onda já existente no agora, e pode ser experimentado simultaneamente por outras consciências focadas nesse fotograma agora mesmo, apesar de que você ainda não o tenha colapsado no único lugar onde a percepção é possível, isto é, sempre no agora. O conceito linear de o futuro estar lá na frente e o passado lá trás, é algo relativo a você, foco de consciência, que os visita como um pensamento imaginário até que seu foco de atenção colapse as ondas de energia como partículas organizadas para um holograma ou impressão lumínica diante de você; contudo, esta porção de energia já existe como uma onda de probabilidade que pode ser colapsada em partículas mensuráveis no espaço-tempo de alguma consciência sempre no agora relativo à ela.
Quando a mente começa a divagar sobre o que está percebendo, ela se distrai em pensamentos sobre ideias de progressão linear de passado e futuro que não existem além da sua mente, pois se algo aconteceu, acontece ou acontecerá, o está fazendo no agora, e alguma consciência o está observando, colapsando a energia em forma de partícula, já que é apenas no aqui e agora da CONSCIÊNCIA OBSERVADORA onde a energia se colapsa como partícula criando a ilusão dimensional de espaço-tempo à sua frente. Entende as implicações disso? Perceba que a consciência é ANTES da matéria e do espaço-tempo, a causa do colapso da onda infinita em partícula mensurável... e não o efeito!
A matéria é capaz de ser percebida graças ao truque do foco de consciência que cria a experiência espaço-temporal na mente do observador. A matéria (energia vibrando lento que parece sólida/perceptível ao corpo) é apenas uma forma-pensamento colapsada pela ação da própria consciência ao direcionar o foco da sua atenção (experimento da dupla fenda prova este fenômeno). É o truque que condensa um facho de consciência na terceira dimensão do Ser, onde este assiste um filme que parece estar do lado de fora de si mesmo enquanto ele se acredita estar dentro de um corpo. Para entender isso é importante lembrar que a consciência vem ANTES de qualquer coisa que pareça "material", e não entender a consciência como o efeito/subproduto do corpo físico, pois já se explicou que tudo o que é observável no espaço-tempo é colapsado pelo foco de consciência, prestando atenção à ondas de energia anteriormente existentes que ao serem "observadas" se apresentam como partícula. Isso significa que o corpo em si mesmo é um subproduto disso, e não ao contrário!
Assim, a fim de compreender a natureza da realidade nesta dimensão do seu Ser, que cria a experiência de sentir o espaço-tempo como algo externo a si mesmo, independente do sujeito que o vivencia num tempo linear, precisaremos encarar, novamente, a pergunta fundamental: quem Eu Sou? Aquele que persiste em se ver como uma mente dentro de um corpo com coordenadas espaço-temporais, alheio à equação quântica que colapsa a realidade física que percebe, sofrerá apegado à ideia de ser apenas um subproduto do mundo exterior, temeroso das ações do tempo sobre o corpo que pensa ser, e acreditando que num futuro imaginário lhe espera o inevitável fim da sua existência. A verdade é que a física quântica trouxe um grande alívio àqueles que compreenderam que a consciência é a causa da materialização e não o efeito da mesma, mostrando que o observador é o verdadeiro criador da sua realidade material sem nem perceber, colapsando energia em forma de partícula no eterno agora onde ele sempre esteve e sempre estará.