TRABALHAR PARA A LUZ _(Por Assê)
Ser um trabalhador da luz envolve, primeiramente, enfrentar as suas próprias dores, medos, sombras e temores que ainda carrega buscando curar em si estas feridas. Ao aprender a fazer isso de forma honesta você se converte num guia para os demais ao sustentar seu próprio exemplo.
Ser um trabalhador da luz é parar de culpar ao outro e a si mesmo, pois a culpa não limpa nem restaura, não cura nem resolve; ela só continua colocando pedras numa mochila que já deveria ter soltado lá trás para poder enfrentar a dura batalha interior.
O trabalhador da luz pratica constantemente o perdão, o desapego, a empatia, a graça da mão estendida sem esperar recompensa, pois quem dá algo porque espera receber em troca é comerciante e não um verdadeiro trabalhador da luz. O pagamento assim como o Reino não são deste mundo. A diferença para distinguir o que é e o que não é servir à luz está na motivação, na sua real intenção. Só você pode saber qual é, e você NÃO sabe qual a real motivação de mais ninguém. Se fizer um bom trabalho, não terá tempo nem interesse em julgar o processo e o progresso de mais ninguém. Quem trabalha pela luz não está comparando seu brilho à luz do outro pois sabe que isso é uma perca de tempo, uma tendência do ego e não da sua verdadeira essência espiritual.
Quem trabalha pela luz ainda pode e de fato errará, cansar-se-á algumas vezes, pode sim se chatear e ainda tropeçará, mas sabe no seu cerne que tudo isso é parte de sua experiência humana e não uma falha do seu serviço missionário, nem do seu trabalho em prol da luz. Muitas vezes será por conta deste seu inestimável trabalho que todo o anterior acontecerá! O obstáculo que lhe atrasa é ficar remoendo erros (próprios e alheios) em vez de continuar trabalhando em SE melhorar. São as tentativas e repetições que fortalecem seu músculo, e o mesmo se aplica ao aumento da sua radiante luz. Não melhora a si mesmo se condenando e sim erguendo-se cada vez que cair! Ele incentiva aos demais nesse sentido também. Não tem feito o seu melhor? Então vai tentar novamente! Vai fazer, refazer, e continuar. "Você já viu luz parada"? O amor e perdão incondicional pelos outros e por si mesmo são a senha e a assinatura de uma mente Crística, então use-as!
Um trabalhador da luz não finge alegria quando está triste para manter as "aparências de luz", pois está aprendendo a se respeitar e não viver mais por aparências e sim de forma autêntica, sem negar a sua própria humanidade; em vez de rejeitar suas emoções, um verdadeiro trabalhador da luz intenta compreender a natureza do que experimenta e ajuda aos demais à encontrar esse mesmo caminho dentro de si.
Meditar ajuda muito. Aprender a meditar de verdade é imprescindível para todo trabalhador da luz independente de suas crenças religiosas ou convicções filosóficas. A meditação e o silenciar do ego perante a calma presença, ajuda-lhe na expansão da sua consciência, e a se reconectar com seu Eu Superior. A meditação é uma ferramenta importantíssima para o trabalhador da luz quem almeja o autoconhecimento e domínio de si mesmo, por tanto de seus pensamentos, emoções, atitudes e ações práticas. Aos praticantes assíduos, a meditação proporciona muita mais energia vital que a obtida pelas noites de descanso corporal, mas o mais importante é que lhes ajuda efetivamente a remover muitos dos véus e camadas de ilusão que todo ser humano assume quando decide encarnar numa vida física nesta dimensão.
Não há como avançar de forma sincera pelo caminho do despertar e a iluminação espiritual sem a interiorização, o domínio dos pensamentos e a reforma interior. É para tal feito que ele precisa aprender e praticar meditação diariamente. Após algum tempo de prática, estes momentos de apaziguar seus movimentos corporais para observar voluntariamente a sua mente, transformam-se em profundo alívio mental, passando a lhe proporcionar um domínio muito maior sobre os demais aspectos da sua vida, pois torna-se mais presente e alerta, agindo com maior assertividade em vez de simplesmente reagir a quaisquer estímulo externo automaticamente. Ao meditar, ganha mais domínio sobre os corpos inferiores da alma (físico, mental, emocional e etérico) que já não serão completamente dominados por gatilhos inconscientes.
Um trabalhador da luz não é contratado por algum grupo, egrégora ou instituição. Um trabalhador da luz o é porque ele já compreendeu que ninguém pode fazer sua parte no Plano Divino, e que deste plano ninguém escapa apenas se atrasa, e é ele mesmo quem perde ao procrastinar sua própria alma. Assim, ele agora trabalha porque sabe que a recompensa que procura fora é apenas um reflexo do trabalho que realiza dentro, e que se deseja receber seu pagamento... primeiro terá que trabalhar!
Um trabalhador da luz não é diferente em dores, amores e sentimentos a qualquer outra pessoa, e se de verdade está labutando pela luz já sabe disto em seu íntimo. Quem cria divisão, status, hierarquias entre os homens, quem cataloga os outros pelas suas falhas e guarda mágoas e rancores não está servindo, está desistindo da própria luz.
A Luz ilumina e brilha sem distinguir quem está debaixo de sua radiação. A energia divina da Fonte Universal não procura atender à alguns e ignorar a outros, ela se doa constantemente para quem nela quiser ser iluminado; não pergunta nem questiona nomes ou procedência de quem debaixo de sua radiação se situa.
Trabalhador da luz, a palavra do bem que acalenta corações, conforta os pesarosos e alumia o caminho dos que se acreditam perdidos não pede retribuição nem adulações, e muito menos adoração pois sabe que a fonte do que entrega não é o "eu" e sim Deus em ação. A luz doa de si mesma aos outros, pois essa é a forma em que a Criação se expande. Se só pode-se dar aos demais aquilo que se tem, então tenha mais amor, paciência e compaixão para consigo mesmo a fim de que a doação aos outros destes mesmos atributos seja honesta e relevante.
Se alguém atuou como uma luz em seu caminho, saiba que a Grande Luz do Pai utiliza as pessoas como canais para irradiar assim como uma chama utiliza uma vela para ser transportada, mas a chama NÃO É A VELA. Você simplesmente acende a sua própria chama nela e não cria dependência nem precisa de mais nada após acender a sua própria luz. Assim eram os verdadeiros Mestres, eles simplesmente mantinham sua luz acessa e quem quisesse poderia se acender também ao se aproximar da chama. Mas o desvirtuar dos ensinamentos por aqueles que não compreenderam nem conseguiram se iluminar criaram ritos e mitos de adoração à vela (à pessoa) esquecendo que o valor radicava na chama espiritual que eles carregavam (os ensinamentos de sabedoria) e que estava a disposição para que todas as demais pessoas que quisessem se acendessem nela também (aplicar os ensinamentos na prática, e com isso desenvolver a própria sabedoria em si). Apesar disso o erro não foi do Mestre e sim daqueles que não souberam aproveitar a chama acessa para se acenderem também. Assim saiba que a gratidão, o carinho e o respeito por aqueles que lhe ajudaram a ver não significa que deva criar cultos externos ou adoração às pessoas. Respeito a todos, mas adoração unicamente à Deus. Seja consciente e se ilumine em vez de procurar sempre uma vela fora de você.
E só mais um lembrete: todo trabalhador da luz, enquanto encarnado, tem o sangue vermelho e o coração palpitante pedindo amor, assim como todo e qualquer outro ser humano.
Salve a eterna luz de Adonai!